"Sim. Claro. É um texto bonito. Em
outras palavras, uma oração. Faz pouco tempo que o texto foi escrito. É que
houve um tempo em que os dias 27 de setembro se multiplicavam a cada dia do
ano. Eram vários... Todo dia era 27 de setembro. Até que houve um. E esse um
era o mais bonito. Disseram que "não liguei, não ligamos." Mas eu
liguei. O "Eu" é sempre um outro. E a árvore de nóses prefere
conjugar os verbos mais cardíacos em seus frutos, na terceira Pessoa do Pólen,
o Principal Plural.
Nesse dia, a beleza deixou de orbitar a sua trajetória para testemunhar aquelas
sensações. Já fazia algum tempo que algo não era sentido daquela forma. O grau
de pureza alcançado naquela hora, há muito não havia sido tocado. A vida
retribuiu o carinho emanado do agora e o envolveu com amor. Foi exatamente
assim que as chamas daquele vulcão escarlate que se agitava se acalmaram. Ao
que parece, após uma tormenta de pensamentos disformes, os desejos se
inflamaram não de prazer e sim de ternura. Caramelos eclipsados à flor da pele
cárdio-labial.
A narrativa do que poderia ter sido
deveria sempre ser. Novamente. Pra sempre. Vejo que as vezes não tiramos
carteira de motorista na primeira tentativa. Mas na segunda, sim. E depois de
um acidente, a terceira tentativa deixa de ser hipotética e se torna plenamente
realizada. Pois é... as vezes erramos... Erramos e deixamos o que realmente
importa escapar por entre os dedos, entre miocárdios. Mas só as vezes. Bem de
vez em quando. Ou quem sabe? Eu não sei. Eu apenas sonho com desejos realizados
e oportunidades "reconcedidas" mas cardiacamente reaproveitadas.
Plenamente.
Mas é só talvez o texto mais bonito já
escrito. Não traz a pessoa amada em Sete dias como as cartomantes. A menos que
Sete Certas Letras possam ser realinhadas nas órbitas vulcânicas que,
anonimamente, discretamente, solicitam caramelos mais aveludados. E essas
órbitas estão cientes: enquanto houver solicitação, a recíproca além de
verdadeira será abundante. Abundantemente infinita. Afinal, eu posso amar e
multiplicar quaisquer sentimentos que houver nessa vida. Eu sou mais que um
corpo que serve de morada a uma alma desolada. Sou mais que pensamentos ou
ideias bem elaboradas acerca do amor. Mais que versos bem escritos. Eu sou mais
que pares de ossos que abrigam platinas e parafusos. Eu sou mais, sou mais que
lábios que se atraem através das artes ocultas das Letras. Mais que palavras ou
textos bonitos. Bem mais que o amor da humanidade; eu sou a vontade de amar,
que precisa amar, que vai amar, que só pode amar, que continua amando mesmo
agora nesse momento, e vai continuar, assim como amou todos esses dias
anteriores........... Você!”
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