domingo, 27 de dezembro de 2015

Há algo em mim que, ao contrário do meu braço, não se quebra.


Sim. Já se lamentou em função da minha memória. Mas ultimamente ela tem sido um aparelho respiratório, tem me mantido vivo aqui. Acho que encontrei uma forma de conviver com sua ausência. Vai perceber duas coisas a partir disso: a primeira é que eu vou sobreviver e esse meu papo de não poder ficar sem você é furado. E a segunda é que vai ser em nossa memória porque lá você está bem próxima de mim. Está em mim. Vou me alimentar por vários anos assim, moderadamente, nesse e-mail. Seguirei uma dieta com doses poéticas, homeopáticas, bem medidas, que é para lembrar também que essa memória não é perecível. Seguirá o princípio básico de codificação, armazenamento e evocação.

Vou me lembrar também que além de saudável, foi o seu conteúdo que nos fez feliz. E essa felicidade foi o que de melhor nos aconteceu porque foi a dois. Haverá também uma lembrança, talvez a mais bonita - embora também seja difícil escolher alguma mais ou menos bonita - que conservará você em mim.

Embora as portas estivessem sempre abertas, não era pra você ir embora. Era pra resposta ter sido SIM aqui também. Só mais uma vez. Embora as portas estivessem sempre abertas,  o convite foi pra você ficar. Nem sempre quando vemos uma porta aberta devemos entrar ou sair. É bom manter o lugar arejado, como no amor que não pode ser fresquinho "mas porem" ventilado. Ah! Eu não posso me esquecer! Você ainda continuará decorando uma das frases mais bonitas que eu já disse; não não se preocupe. Eu só disse "uma das mais bonitas" porque todas as bonitas de verdade foram ditas pra você, com pólen-pensamentos. Afinal, você vai continuar sendo o ponto máximo de amor que a poesia pode expressar nesse mundo.

E sobre a visão eu a deixarei como está. Pra sempre sua porque é turva de amor. Pra sempre sua porque é açucarada de temperaturas escarlates.

Espero que não se incomode em ficar presa em minha memória, já que não seria de bom grado mantê-la presa em meus braços. Vou prender em minha memória pra poder mergulhar em você e ir me alimentado de você. Como disse aquela música que chegou em seu e-mail,(ou eu não tive coragem de enviar) "eu vou ter que passar a minha vida esquecendo você." E acredite: eu tenho a eternidade toda pela frente. Não é só bonito. Não é só vaidade. É necessidade, vontade e o mais importante: é pra sempre e é amor. É amor e é seu. É seu e é nosso. E isso não muda nunca mais. Só depois que a eternidade passar e eu puder finalmente ter esquecido você. Caso eu esteja vivo, então você estará livre de minha memória.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

As conexões cardíacas costumam ultrapassar tempos e espaços. Épocas e universos. Eternidades e infinitos. A diferença é que as conexões irrelevantes vão perdendo o sentido ao longo do intervalo espaço-tempo. Já as outras, compõem um tipo único: aquelas que são constituídas de Pólen.

E não importa em qual grandeza a distância se atreva a ser medida, se no espaço, se no tempo, se na velocidade... Ela sempre retornará às mãos daquela intensidade que foi submetida a altas temperaturas. É a mesma que guarda a origem das conexões. Ou em outras palavras, o habitat natural dos peixes.

Ainda que a distância contemple universos infinitos, épocas eternas, de nada vale contrapô-la à razão; pois que a resultante será a mesma: Conexões Para Sempre...



Quando meus sonhos tocarão seus lábios para tingir a vida de felicidade? Quando o aroma de sua pele inundará meus sentidos de ternura? Quando seu hálito sorverá meus beijos apaixonados que aguardam sua boca ansiosamente? Quando o nosso prazer conhecerá um grau mais elevado da cumplicidade contida no desejo? Desejo esse que aflora as fronteiras do meio físico para receber a entrega total e recíproca entre almas...

E a temperatura? Quando ela provocará inveja ao sol, que a tudo ilumina, a tudo aquece, a tudo toca, mas não inflama, não condensa, não se abriga, não conhece o amor oriundo dos vulcões escarlates?

Quando a beleza vai parar suas rotações para aplaudir a sua imagem refletida em minha retina? Quando o nosso silêncio a dois revelará mais palavras que quaisquer linguagens humanas? Quando paraísos e infernos ficarão em paz entre si para testemunhar a fusão genuína de dois universos, que só o nosso encontro, só o nosso amor, só o choque de nossas retinas, só o nosso desejo amadeirado foi capaz de produzir?

Quando passado, presente e futuro se confundirão para sentenciar um "Pra Sempre eterno" e constante para nossa proximidade? Quando a primavera sugará todo o Pólen do horizonte para esculpir a flor mais bela que a vida foi capaz de pronunciar nas nossas saudades?


16.11.2014

quarta-feira, 24 de junho de 2015


Voltei aqui pra escrever mais uma vez. Nem posso dizer que talvez você não leia. Você já disse que gosta do que escrevo e disse que não se incomoda também. Eu também gosto do que escrevo. Mas confesso: minhas palavras orbitam de forma mais elegante quando o fazem ao redor de uma nebulosa de Pólen. Você já sabe, né?

Acredito que você seja quem mais goste delas. Gostaria de escutar sua voz sorvendo minhas palavras impregnadas do seu hálito ao pronunciá-las. Como o melhor da escrita vai sempre em sua direção, ficaria mais fácil degustá-las.


Não sei muito bem o que ocorre; as vezes sutil, denso, açucarado, viscoso, leve, elegante, requintado, esbaforido, ofegante, perdido... Não importa: se for adicionado Pólen, fabricará flores no cristalino.


Eu até já disse que não sei o que ocorre. As memórias deixaram de ser memórias há muito. Nada mais pode ser lembrado. Eu nem percebi quando as lembranças se tornaram imagens constantes, saudades permanentes, necessidades urgentes. Mas é quase imperceptível. O silêncio é uma ferramenta bem eficiente. Ele é o responsável por emudecer o suor que vai gotejando do olhar. Mesmo agora, que o dia é frio, deve haver um vulcão designado como condição climática predominante na retina. Deve estar muito quente na retina! Muito suor!


Suor de saudades! As glândulas sudoríparas estão acumulando horas extras. Acho ótimo isso. Dessa forma, as lacrimais podem se aposentar. Acredito que a responsabilidade toda esteja relacionada ao movimento de translação. É que os anos são cada vez mais rápidos e maiores e vários e muitos. O que por conseguinte torna o ambiente cardíaco favorável a multiplicação das saudades. Uma espécie de incubadora, sabe? O Pólen se torna mais fértil devido essa incubadora que só faz multiplicar as saudades. Metamorfose, de fato.


segunda-feira, 1 de junho de 2015

Domingo...

The Meditative Rose - Salvador Dali - 1958


E se eu disser a verdade? Que o último domingo trouxe o fator encantador de retinas? Mesmo sem o contato da epiderme, mesmo entre um metro e meio, mesmo entre palavras e entre linhas, as pálpebras se renderam ao fluxo de olhares que transbordaram. Talvez você tenha percebido. Meu foco se chocava violentamente ao seu, a procura de um par de lábios e um par de braços para repousar. Ou abraçar... Um carinho as vezes é bom!

Partirei daqui. Quero atingir seus sonhos com estrelas recém recolhidas de noites descontraídas. Há vestígios de desejos se formando. Ainda é cedo para afirmar. A presença de desejos indica sentidos comprometidos e envolvidos. O mais prudente agora é habitar seus pensamentos e procurar pelo caminho das carótidas. Preciso passar por ele para chegar ao quarteirão cardíaco. Quero conhece-lo de cór.

Um convite suspeito: Asas não são necessárias e abismos não podem nos tocar quando moramos nas nuvens.


quinta-feira, 16 de abril de 2015



“Perdido que só”

Hoje não vai dar. Não direi nada a respeito disso. Estou cansado. Eu sinto muito. Não quero me manifestar. E nem sentir. Não quero nada, nada mesmo. Nem vou processar as imagens, só captá-las. Apenas enxergar com os olhos, sem processar. Enxergar fisicamente. Sim. Os bastonetes são vulneráveis. E você vai querer ficar descansando em minha retina. Pode ficar. Não tem problema. Fique o tempo que quiser. Mas só meus olhos vão te ver. Eu não. Eu não quero. Eu não posso mais. Eu não consigo. Se você soubesse como tem sido, perceberia que há razão no que digo. Mas você não percebe. Você não quer perceber. Talvez você tenha medo. Eu não sei. Não sei se é medo. Talvez seja. Talvez não. Mas você sabe. Isso sim você sabe. Você é uma menina que sabe das coisas.

Eu estou até conseguindo, sabia? Isso você não sabe. Meus cabelos estão crescendo. Lembro dos seus. Acho que no fundo, no fundo estou deixando os cabelos crescer pra me lembrar dos seus. Porque aí não preciso ficar olhando suas fotos que tenho aqui. Basta tocar meus cabelos pra sentir um pouco de Pólen. Mas eu não quero. Só que eu consigo sempre. Porque você sempre fica aqui. Eu convido sempre pra você entrar. Mas você fica. Você não vai embora. E eu fico sempre esperando você voltar, fugindo de você. Fugindo pra você, procurando por você, me perdendo em você. E você se perde cada vez mais de mim... Fica. Não quero que você vá embora. Mas você volta sempre. Pára. Por favor.

Eu até precisava te pedir uma coisa. Na verdade, vou pedir. Preciso pedir. Eu sei que vou conseguir pedir. É apenas um pedido. Não vai doer. Não machuca também. Então eu vou pedir e você vai aceitar. Não tem problema em pedir. É sim ou não. É o máximo que um pedido pode produzir. Apenas um pedido... é só isso. Gostaria que você pudesse me... Espera! Não se pede isso. Não. não pode ser pedido. Mas eu peço, eu peço assim mesmo, eu peço por favor... Você pode só mais uma vez, mais uma “vezinha de nada”, bem pequenina, ainda que talvez não seja, porque eu preciso muito, preciso sim, você sabe que talvez,

domingo, 12 de abril de 2015

...das palavras mudas que são gritadas pelo silêncio.



Eu fico um pouco triste com isso, sabe? É como se eu estivesse pagando por um crime que eu não cometi. Eu não fiz você sofrer. Eu não traumatizei os seus sentimentos. E dá uma vontade de chorar quando penso nisso sabe? Porque eu só queria te mostrar que o amor é a coisa mais linda desse mundo. E que é possível. Estou falando de algo que não mata... que não machuca. É algo que nos purifica a alma de toda a maldade do mundo. Algo que nos faz querer nos manter bonzinhos... Não é porque é bonito ser bom. Mas porque é delicioso ser bom. Talvez seja essa a necessidade de amar: amar para nos sentirmos bem; amar para nos sentirmos bons; amar porque nos faz bem; amar porque nos faz fazer o bem; porque é etéreo e nos aproxima mais do substrato da matéria divina. Somos deuses quando amamos!

domingo, 22 de março de 2015

Memórias Olfativas que jamais serão esquecidas... 
"Ela nunca conheceu o medo", diziam as pessoas a respeito daquela menina. Outras diziam que ela tinha uma flor amarela no peito. O fato mesmo era que ela gostava de escrever. Ainda mais sabendo que seu amor gostava tanto daquilo que ela escrevia. É curioso que seu amor gostasse tanto daquilo que ela escrevia, embora ele só não imaginasse que tudo aquilo que ela escrevia, um dia, poderia ser escrito pra ele. 

  Mas depois dos últimos acontecimentos, depois de uma decisão irrevogável, depois disso tudo que já não ía muito bem pra ela, um dos sentimentos mais belos já sentidos iria voltar para o reino literário. Iria voltar para alguma estante de sua memória para ser refletido em seus pensamentos. Iria refletir também nos sorrisos que ela não fosse sorrir mais. Assim como naquela alegria que sempre estaria ausente dela.
 
Muita coisa faltaria na vida dela naqueles dias. Desde ar para respirar até mesmo vida para se viver. Porque não era aquele ar que ela queria respirar e nem aquela vida que ela queria viver: ela não queria aquele ar triste que exalava de seu próprio olhar e nem aquela vida sem seu amor. Ela jamais poderia com eles. Faziam muito mal ao seu coração. E como ela estava sofrendo por problemas cardíacos, estava também muito frágil para submeter seu coração àqueles males.
 
O último dia do ano se aproximava. Seu amor disse na última conversa  que tiveram ao telefone que não desejaria mais falar com ela naquele ano. Isso doía. Mas só um pouco. Doía mais era ela saber que assim como  aquele ano tinha sido sem seu amor, o próximo também seria sem ele devido a uma decisão irrevogável. Ela achava engraçado que tudo doía quando estava com problemas cardíacos. Achava engraçado e sorria um sorriso amarelo e sem graça. Até mesmo um calendário doía. Ou as janelas do MSN que íam subindo e nenhuma delas era seu amor. Mas sim. Ela era forte. Ela poderia suportar muitas dores. Mas a dor de ter que passar um 12 de junho, aliás, todos os 12 de junho sem seu amor, essa sim ela não poderia suportar. "Mas a vida é assim, não é verdade? A vida não espera a gente estar pronto para oferecer as coisas pra gente vivenciar. Não temos saída", ela pensava.
 
Ela até gostaria mesmo de ter uma opção, uma saída, uma alternativa ou qualquer outra coisa que a fizesse acalmar e amenizar a dor dos anos naquele momento. Tanto daqueles anos que passou fugindo do seu amor como daqueles outros que seria forçada a suportar sem o seu amor. Ele poderia até dizer que ela não seria forçada a ficar sem ele, que ele não iria sair da vida dela, que ele estaria lá - ela precisando ou não dele - ele poderia dizer muitas coisas... Aliás ele poderia fazer o que ele quisesse para interromper aquele processo. Até mesmo pedir que ela se afastasse em função do vulcão interno estar em fase de erupção e lhe doer a respiração. Mas a verdade é que o mundo dela estava morrendo naquele momento. É como se ela houvesse utilizado toda a força, toda a energia e toda a vida que existia do mundo dela para fugir de seu amor. E no momento em que ela não conseguiu mais fugir, ela não tinha mais nem energia, nem força e nem vida para reconstruir seu próprio mundo. Ela não gostava de pensar nisso. Mas tinha certeza que precisava de um milagre. Urgentemente.
 
Mas sabem de uma coisa? Os milagres acontecem. E acontecia, por exemplo, quando ela conseguia reunir toda a vida que ela já não possuía - nem no mundo dela nem em outros mundos - para ligar para seu amor de forma que sua voz não parecesse triste ao telefone. Ou para escrever alguma coisa. Ou para ir a casa de quem ela amava. É verdade que ela não sabia se o que ela escrevia iria algum dia chegar a ser lido por seu amor. Ou se ela iria a casa dele. Ou se iria a casa do seu amor para lhe entregar alguma coisa que ela estaria escrevendo. Tudo isso dependeria do quanto de vida ela iria conseguir reunir ou recriar. E é como ela não gostava de pensar: "um milagre!" E ela não poderia prever ou medir a intensidade de um milagre. Mas ele precisava acontecer. E talvez tenha acontecido.
 
Talvez ela tivesse encontrado uma forma de sobreviver sem poder amar a pessoa que de fato ela mais amava. No fundo ela sabia que aquilo que seu coração não pudesse vencer, a sua mente venceria através de sua inteligência. O problema é que ela realmente encontrou uma forma de sobreviver sem o seu amor. E encontrou uma dor maior que viver sem esse amor: pois ela tinha a solução em mãos para resolver esse problema e mesmo assim não optou por usar essa solução. E talvez também, naquele dia, ela conhecera o medo. Todos os medos foram apresentados a ela. Afinal ela não tinha mais o seu mundo pessoal. Sendo assim, era obrigada a vagar pelo mundo dos mortais. Embora ela estivesse com muito medo, com todos os medos, só um medo ela não possuía: o medo de respirar as lavas deste vulcão em erupção!

sábado, 21 de março de 2015



"Sim. Claro. É um texto bonito. Em outras palavras, uma oração. Faz pouco tempo que o texto foi escrito. É que houve um tempo em que os dias 27 de setembro se multiplicavam a cada dia do ano. Eram vários... Todo dia era 27 de setembro. Até que houve um. E esse um era o mais bonito. Disseram que "não liguei, não ligamos." Mas eu liguei. O "Eu" é sempre um outro. E a árvore de nóses prefere conjugar os verbos mais cardíacos em seus frutos, na terceira Pessoa do Pólen, o Principal Plural.


Nesse dia, a beleza deixou de orbitar a sua trajetória para testemunhar aquelas sensações. Já fazia algum tempo que algo não era sentido daquela forma. O grau de pureza alcançado naquela hora, há muito não havia sido tocado. A vida retribuiu o carinho emanado do agora e o envolveu com amor. Foi exatamente assim que as chamas daquele vulcão escarlate que se agitava se acalmaram. Ao que parece, após uma tormenta de pensamentos disformes, os desejos se inflamaram não de prazer e sim de ternura. Caramelos eclipsados à flor da pele cárdio-labial.


A narrativa do que poderia ter sido deveria sempre ser. Novamente. Pra sempre. Vejo que as vezes não tiramos carteira de motorista na primeira tentativa. Mas na segunda, sim. E depois de um acidente, a terceira tentativa deixa de ser hipotética e se torna plenamente realizada. Pois é... as vezes erramos... Erramos e deixamos o que realmente importa escapar por entre os dedos, entre miocárdios. Mas só as vezes. Bem de vez em quando. Ou quem sabe? Eu não sei. Eu apenas sonho com desejos realizados e oportunidades "reconcedidas" mas cardiacamente reaproveitadas. Plenamente.

Mas é só talvez o texto mais bonito já escrito. Não traz a pessoa amada em Sete dias como as cartomantes. A menos que Sete Certas Letras possam ser realinhadas nas órbitas vulcânicas que, anonimamente, discretamente, solicitam caramelos mais aveludados. E essas órbitas estão cientes: enquanto houver solicitação, a recíproca além de verdadeira será abundante. Abundantemente infinita. Afinal, eu posso amar e multiplicar quaisquer sentimentos que houver nessa vida. Eu sou mais que um corpo que serve de morada a uma alma desolada. Sou mais que pensamentos ou ideias bem elaboradas acerca do amor. Mais que versos bem escritos. Eu sou mais que pares de ossos que abrigam platinas e parafusos. Eu sou mais, sou mais que lábios que se atraem através das artes ocultas das Letras. Mais que palavras ou textos bonitos. Bem mais que o amor da humanidade; eu sou a vontade de amar, que precisa amar, que vai amar, que só pode amar, que continua amando mesmo agora nesse momento, e vai continuar, assim como amou todos esses dias anteriores........... Você!” 



Assina aqui, essas mal traçadas linhas, a vontade de um ex-poeta de amar você.

segunda-feira, 2 de março de 2015


02 de março de 2015. Era pra ser bem especial. Mas foi como todos os dias: muito trabalho, muito corre-corre, muito-muito de tudo e mais um pouco. Demais. Os dias agitados são bem atraentes. Incandescentes! Como vulcões... Ai ai, os vulcões! Hum... *:"> envergonhado Tenho saudades deles...

Embora eu sempre sinta essas saudades desfiando póros, ontem estava tudo calmo. Tudo palidamente calmo. Havia sorrisos bem calmos como aquelas tardes de outono que além de calmas são pálidas, violáceas, tingidas de sépia. Âmbar! São minhas preferidas. Mesmo que não sejam lembradas, são sabidas. Acho que elas alimentaram algumas esperanças ontem. E foi até bom: cultivar subjetividades específicas sem esperar reciprocidade é um processo bem natural. Aí fica só aquela esparançazinha pequena, que acredita em "quem sabe". 

É. Pois é. Quem sabe. Eu não sei. Mas bem que gostaria. Seria um sonho se vinculando a realidade: ao invés de terminar no dia 02 de março, haveria um par de aromas, "perdidos que só", seduzindo hálitos, silenciando palavras rente aos lábios.

Ontem fui visitar meu nascimento. Os lábios estavam prontos.

domingo, 1 de março de 2015


É chegada a hora. Encenada. 
Tudo se partiu e baila em estilhaços cintilantes.
A manhã está a caminho para anunciar um novo dia
Transeunte e óbvio e desinteressante.

Hora do Ser se recolher nas contendas
mais íntimas dos pesares passados e pensados,
á esquerda dos Lírios, onde o verbo Estar deixa 
de protagonizar ações inconjugáveis. 

Aquele mingau de palavras, açucarado
por assim dizer, não exala o aroma
cardíaco da terceira pessoa do plural.
Já é tarde. 

Palavras mudas não dizem nada.
Gritos silenciam a poética mágica da menina.
Embora, tardiamente, seguramente,
Cardia-mente o miocárdio não minta.

E já que não mente, alimenta. Comenta.
Com menta. E memórias caramélicas. 
Possivelmente, lembranças amarelas.
Pólen furta-cor-de-cór. Quem sabe?