quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

"Talvez tu não a leias mas quem sabe até darás
resposta imediata me chamando de 'meu bem'."


Rendida às entranhas virtuais,
a presença vai de encontro a realidade
paralela contida n´um sonho etéreo.
Como o sangue que vaga no interior
de uma carótida vulgar que ainda
insiste em ser navegável.
Kbytes tóxicos migram-se furtivamente,
desprendendo um néctar amniótico e extravagante,
provocando saudades numa tarde pálida
no plural pollyfórmico.

Acreditável ou não, é a contradição intermediada
na sensação entre o nascimento e o aborto.
Ou seria apenas prioridades metafóricas?
Nunca se sabe. Ou sabe-se demais sempre.
Meio-sorrisos fazem frente de combate
nos ermos de poros inundados por duas fragrâncias.
N´um intervalo, o silêncio é inibido
por colmeias caramélicas, servindo de alvo
às boas e tristes conversas. “Entendi...”

Mas é apenas uma pausa.
Logo, o silêncio retorna espaçando
meias palavras digitadas na estufa do miocárdio.
Embora a proximidade seja ainda mais atuante.
Ainda que distante da presença.
Assim se apresenta a máquina do mundo:
nos encalços dessa luz que queima e se angustia
ao se distanciar de seu refletor.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

"Acho até que já nos apaixonamos
de novo um pelo outro!"


Há pouco tive uma ideia.
Preciso escrever esse verso que há muito me habita.
Talvez não tenha sido uma ideia
E sim uma necessidade.
Quisera eu que minha necessidade,
Que é mais sua que minha,
Fosse apenas uma ideia.
Mas não o é.

A necessidade que eu tenho de você
É você que mora em mim
E me faz precisar ainda mais de você;
Congenitamente, parte de mim que me tomou
Como um todo somente seu.

Ainda preciso escrever esse verso.
Mas não consigo verbalizá-lo.
Eu prometo uma coisa:
Toda vez que eu precisar escrever
Um verso, eu escreverei VOCÊ.
Porque é você quem habita em mim
Com todo amor que essa vida produz.
E é você o ponto máximo de amor que
A poesia pode expressar nesse mundo.



(...)

domingo, 7 de fevereiro de 2016

P.S.: "...meu coração bata acelerado
só porque estou te beijando..."


E foi dessa forma que naquele dia, no inicio do ano letivo, eu conheci aquele par de olhares parados bem  nas minhas retinas. Eles me diziam algumas coisas como "Oi Sérgio", que só faziam açucarar meus suspiros que se encontravam suspensos, perdidos em alguma migalha do ar.

Era o começo. Eram sorrisos! Não poderia imaginar que algo tão fugaz me atingiria tão puramente, de modo a me condensar nos caramelos. Fui elevado a regiões mais supernas naquele dia. Eu precisava me purificar através dos graus mais altos da escala angélica. Só assim eu conseguiria estabelecer contato. Pois que para tanto, se fazia necessário cruzar alguns campos cardio-angelicais.

O aroma daqueles longos fios de cabelos me obrigava a respirá-lo caso eu quisesse sobreviver. E eu, vulnerável e "perdido que só" não pude outra coisa que não respirar. Meus pulmões agradeceram o perfume. E eu retribui com a aceleração da válvula mitral.

Mas por que? Aqueles horários degustavam tempos bucais que somente beijos apaixonados poderiam inspirar. Talvez, mas só talvez fosse o prenúncio de uma atmosfera vulcânica que pretendia se instalar no ambiente cardíaco, de forma a se tornar sempre bem vinda. E de fato o era e ainda é.

Nada me fazia tão bem como confrontar ideias com aqueles argumentos mágicos, poéticos e inteligentes. O objetivo era o confronto. E o encontro. Encontrar minhas ideias, ainda que refutadas, encharcadas daquele hálito, me aproximava ainda mais daquela boca. Um beijo era quase necessário. Eu ainda não sabia que mais tarde conheceria o melhor sabor da poesia: beijar meus próprios versos decorados naqueles sorrisos.

Eu precisava aprender a preservar aquele momento, retê-lo em minha memória, absorvê-lo na minha epiderme, degustá-lo na minha mucosa de ladrilhos envolventes, aprisioná-lo e ritmá-lo na minha frequência átrio-labial. E como eu poderia fazê-los? Como manter aquela presença escarlate no meu estar de cada momento? Como decompor aquela temperatura tão carinhosa que se enunciava tão vulnerável para meus poros? Eu deveria filtrar seus graus, eu deveria sedimentar cada fração de tempo? Talvez o mais adequado fosse lubrificar aquela ternura com todo amor que houvesse nessa vida, e encantos, varias doses saturadas de encantos todos os dias. E assim eu fiz.

Naquele momento, os instantes saiam as pressas de dentro do tempo. Isso imprimia velocidade na ideia de movimento. E eternidade no infinito. Eu não sabia mais o que fazer. Mas sabia que algo ocorreu e que jamais me esqueceria. Pois algo alem da memoria havia sido tocado e se instalado para alem das lembranças. Porque eu sorri para aqueles olhos, desejando abrigá-la em minhas pálpebras. E pra isso ocorrer, bastou uma menina. Uma menina com uma flor na mão. Uma menina que possuía a poética mágica de ser inteligente. E que pra sempre será amada puramente por amor.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Reposição de estoque urgente...


Estou ligando para lhe pedir em namoro novamente. É que eu já sei todas as nossas lembranças de cór; não tem mais nada aqui para ser evocado e me fornecer aquele fôlego genuíno de quando algo importante é recordado. Está tudo na área de trabalho. E esse saber de cór cruzou o quarteirão cardíaco e liberou uma remessa de amor novinho. Preciso que você me envie novas lembranças desse amor. Preciso lembrar de novos bons momentos entre nós dois. Mas prometo racionar agora: vou me lembrar em doses homeopáticas, como havia dito. Portanto, antes de virar lembrança, precisamos namorar novamente. Até uma plantinha autótrofa precisa de luz e gás carbônico pra “fotossintetizar.” Eu só preciso manter um gás escorpiônico em minhas memórias olfativas...