sábado, 23 de janeiro de 2016

"- P.S.: Preparei um café pra esperar pela
vida que fica pra sempre com você."


Já fazia tempos que ela havia se decidido. Iria esperar. Não importava em quantas eternidades o tempo seria mensurado. Iria esperar. Porém, alguns dias ficavam pesados demais. A ansiedade já se alimentava da necessidade. Esperar por quê e pelo quê? Não importava. Continuaria esperando, Mesmo sem nenhum indício, ela acreditava que um dia iria acontecer.

Havia muito sentimento entre os dois. Talvez o mundo fosse pequeno para guardar aquele volume imenso. Não havia outro lugar para conservar aquilo tudo. Ainda que fosse descartado, não havia recipiente para tal. E isso era comprovado a cada vez que um e-mail antigo era lido. Algo assim não se perde, não perece e não se reduz a pó. Ía continuar escrevendo. Era o lugar mais próximo que poderia chegar, sem provocar asfixia: na escrita. Afinal, sabia que era importante respeitar. E não se incomodava se fosse necessário viver com aquilo. Viveria. Continuaria se dedicando a filantropia e irradiando a abnegação. Esse era um dos propósitos também. Se a oportunidade retornasse, sabia que não seria pelo cansaço ou pelo sufoco. Só através de carinho e amor a espera poderia chegar ao fim.

Ainda que as saudades apertassem demais e faltasse fôlego – e de fato apertavam – iria continuar assim. Em silêncio. Não havia muito o que fazer. Embora soubesse que bastaria um sinal, uma ligação, um e-mail, um recadinho ou um convite pra ser bem-vinda... Aí teria o que fazer. Prepararia o café pra esperar. Porque além de necessário, revigorava o fôlego. E a vida além de preparada, ansiada e apaixonada, ficaria Sempre Perfumada.

P.S.: Pra sempre... 

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