domingo, 17 de junho de 2018

E aí tem você:
uma parte que
não é parte por
nunca deixar
de fazer parte
do todo, de tão
tudo que sempre foi.







Minha jovem,

Vamos lá.  Vou começar a lhe contar a verdade. Não quero rodeios, metáforas ou delírios fantasiosos. Chega de poesia romântica. Basta de poesia jovem e ilusões pueris...

O que eu queria tanto agora é poder resumir o que eu sinto por você em dois ou três parágrafos... Mas não consigo. De verdade... É como se quando eu começasse a falar, as palavras fossem surgindo uma a uma, combinando entre si e subtraindo de si mesmas o verdadeiro aroma desse sentimento. É difícil explicar...

Hoje, o dia inteiro, tudo que eu via, ouvia, sentia ou tocava me levava até você. Parecia que não somente eu pertencia a você. Eu me sentia totalmente imerso em um mundo completamente seu, no qual, tudo que havia e existia fosse parte de você. Eu me senti tão fortemente ligado a você que não era possível separar você da realidade; você era a minha única realidade.

Realmente não havia como fugir de você hoje. Eu estava preso. Preso em tudo aquilo que me levava até você. Era uma prisão açucarada de sensações, como se cada movimento meu naquele mundo que era tão seu, me encantasse e me apaixonasse ainda mais por você. Foi então que eu descobri que o que sinto reside a partir de tudo aquilo que existe. Exatamente porque muitas coisas existe. E a partir de cada uma dessas coisas que existe, reside algo que sinto por você. Uma fração, uma fagulha, um indício ou resquício.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário